Outro dia, numa conversa depois de uma palestra, ouvi um relato que mexeu comigo.

Um cara me contou que só passou a respeitar o limite de velocidade depois que quase atropelou um ciclista.“Não era uma bicicleta, era um pai voltando pra casa.” ele disse.

E essa frase ficou em mim até agora.
Porque a gente desumanizou o trânsito.

A gente fala de carro, moto, ônibus, mas esquece que por trás do vidro, do capacete, do guidão… tem uma pessoa.

Uma mãe. Um entregador. Uma estudante. Um idoso.
Alguém com pressa, alguém distraído, alguém com medo.

🚶‍♂️🛵🚗 Trânsito é um palco de emoções humanas. E quanto mais a gente lembrar disso, menos riscos vamos criar.

Você já reparou como é fácil xingar o carro da frente, mas difícil fazer isso olhando no olho de alguém?
Já percebeu como o “fechar alguém” parece só uma manobra, mas pode ser um susto que fica no corpo do outro o dia inteiro?

É por isso que eu falo:
Trânsito é um espaço de convivência, não de competição.
E segurança não se faz só com sinalização, mas com empatia.

📉 E quando a gente fala de estatística, tem que lembrar que cada número é um nome.

• Aquele “10,7% de mortes com motociclistas” são famílias que perderam alguém.

• Aquele “25,8% dos acidentes com veículos” são sonhos interrompidos.

Quer transformar o trânsito? Comece lembrando que ali passam pessoas — como você.

Então da próxima vez que alguém errar, pense duas vezes antes de buzinar.
Quando alguém estiver mais lento, talvez ele só esteja com medo.
E quando você estiver cansado, pergunte: vale a pena chegar rápido e não chegar inteiro?

Porque no trânsito, todo mundo é passageiro da própria história.
E cuidar do outro, mesmo sem conhecer, é um jeito de dizer:
“Eu vejo você. E quero que você chegue bem.”